Não há endereço errado nas vivências que chegam até nós

Fabiana Sparremberger

Não há endereço errado nas vivências que chegam até nós

Sempre estou em alguma leitura. Ou para me preparar para o programa Faz Sentido, com foco na nossa saúde mental, ou para o Jogo de Cintura, em que abordamos múltiplos temas, ou ainda movida pelo gosto pessoal, neste caso, geralmente literatura espírita. Minha cabeceira sempre está ocupada por um ou mais livros em curso, e, em raras vezes, não estou às voltas com pelo menos duas publicações ao mesmo tempo… Mais do que isso, o backup não suporta, eu confesso (kkkk).

Recentemente, meu terapeuta sugeriu o livro “Como evitar preocupações e começar a viver”, de Dale Carnegie, autor com 50 milhões de livros vendidos. O exemplar já rendeu quase uma dezena de pautas para o Jogo de Cintura e um programa inteirinho no Faz Sentido, que gravaremos em outubro. Compartilho com vocês uma passagem que me impactou mais pela coragem do autor em assumir sua vulnerabilidade diante dos leitores. No capítulo 22, que Carnegie batizou de “Tolices que cometi”, ele confessa:

“Eu costumava culpar outras pessoas pelos meus problemas, mas, à medida que fui ficando mais velho – e mais sábio, espero -, dei-me conta de que eu próprio, em última análise, sou culpado por quase todos os meus infortúnios. Muitos descobriram isso à medida que envelheceram. ‘Ninguém exceto eu mesmo’, disse Napoleão em Santa Helena, ‘pode ser culpado por minha queda. Fui meu maior inimigo, a causa do meu destino terrível’.”

Assim como a grande maioria das sugestões trazidas pelo livro, não há novidades no conhecimento compartilhado pelo autor. Pra mim, a sacada do livro está em estimular o treino, a prática das dicas em todas as oportunidades possíveis. “Se não fizer isso, vai esquecer tudo num piscar de olhos. Somente o conhecimento que é utilizado permanece na mente”, afirma Carnegie ao trazer sugestões para tirar o máximo proveito do livro.

Há tempos já, sempre que paro para avaliar algum erro ou falha, automaticamente me pergunto: o que eu fiz ou deixei de fazer para que tal situação ocorresse? Raramente, fico sem resposta. Não é o caso de achar culpados, mas de conseguir avançar na caminhada pessoal, profissional, emocional e espiritual. Quando apontamos o dedo para os outros perdemos uma oportunidade ímpar de evoluir. Não vamos mudar o mundo se não começarmos por nós mesmos. Dia desses conversava com um amigo, sugerindo que ele voltasse o foco da mudança para si mesmo, que era a única forma de alcançar 100% de sucesso no resultado que ele tanto esperava. Não conseguimos nem mudar a nós mesmos, mas temos uma facilidade imensa em tentar mudar os outros, em exigir o aprimoramento alheio. 

Não há endereço errado nas vivências que chegam até nós. Pra mim, carma (ou destino, se preferirem) nada mais é do que o resultado das nossas escolhas, a colheita das sementes que plantamos por aí. Nesta ou em existências pretéritas. Se quisermos prever o que teremos pela frente, um bom exercício de previsão é analisar o que estamos fazendo com o nosso presente. Somos os protagonistas das nossas vidas, do nosso porvir.  Não consigo conceber a justiça e a bondade de Deus sem o livre arbítrio em vigor. É um treino diário acertar nas escolhas. Já pagou o seu hoje?

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